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Criaturas caídas

  • Foto do escritor: Joany Cruz
    Joany Cruz
  • 28 de set. de 2019
  • 1 min de leitura

Os seus olhos

eram negros

sua alma fora enegrecida

pelos segredos.


Acinzentados

como o céu amaldiçoado

simples fantasmas

do seu cruel passado.


Os seus olhos

eram claros

sua alma fora aclarada

pelos sentimentos raros.


Abrilhantados

como o céu estrelado

simples sonhos

do seu sofrido passado.


Duas criaturas

que pela terra caminharam

certo dia

se encontraram.


Puro ódio

uma possuía crueldade

era triste

sorridente maldade.


Puro amor

uma possuía bondade

era feliz

chorada amabilidade.


Do mesmo mundo

pareciam ser

em corpos imundos

tiveram de nascer.


Fora de casa

encontravam-se agora

sem asas

mas prestes a ir embora.


Uma via o mundo

e todas suas cores

mas pareciam negras

como mentiras e rumores.


Uma era cega

não via flores

mas pareciam coloridas

as histórias e os amores.


Ambas eram

facetas da humanidade

frutos diferentes

de uma parecida realidade.


Sofrimento

foi seus passados

pela dura sociedade

arruinados.


E então

viram parecenças

mais que pequenas

não eram as suas diferenças.


Mas uma era boa

reergueu-se no amor

a outra má

deixou-se cair em dor.


Duas criaturas voadoras

que perderam a liberdade

olhos opostos

mas a mesma verdade.


Apenas de formas diferentes

sobreviveram

e pelo mundo

um caminho escolheram.


Joana Rita Cruz

30(01)/06(07)/2017

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